O Círculo Operário Leopoldense divulgou nesta terça-feira, 17 de dezembro, o resultado completo da pesquisa sobre o Trabalho Infantil realizada no ano de 2024. O projeto, aprovado no Edital Chamamento Público 02/2023 – COMDEDICA, no EIXO PROMOÇÃO DE DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES – linha do Enfrentamento ao Trabalho Infantil, teve o objetivo de promover a prevenção e enfrentamento ao trabalho infantil no município, em especial as crianças e adolescentes que se encontram em situação de rua, produzindo indicadores sociais para qualificar o processo formativo, a construção das políticas públicas, a sensibilização da comunidade e a garantia de direitos.
O Diagnóstico completo pode ser acessado no link: Pesquisa Trabalho Infantil COL
Com o título Trabalho Infantil nem de brincadeira! o projeto teve como objetivos específicos:
– Realizar a abordagem/observação de crianças e adolescentes em trabalho infantil, em especial as que se encontram em situação de rua nas 05 regiões, Norte, Nordeste, Centro/Sul, Leste e Oeste.
– Produzir e divulgar diagnóstico da realidade de crianças e adolescentes em situação de rua/trabalho infantil do Município de São Leopoldo para qualificar o processo formativo, a construção das políticas públicas para a garantia de direitos e a superação da cultura de violências;
– Realizar o processo formativo e o diálogo junto à Rede de Proteção para a construção de políticas de enfrentamento às violências contra crianças e adolescentes, em situação trabalho infantil.
A observação/mapeamento foram realizadas para identificar situações de trabalho infantil na rua, prioritariamente na região central, com abordagens em locais descentralizados, em horários (manhã, tarde, noite) e dias alternados, entre os meses de setembro de 2023 e março de 2024. Listado entre as 93 atividades consideradas como as piores formas de trabalho infantil, o trabalho nas ruas é considerado uma das atividades invisíveis frequentemente admitidas pela sociedade.
Durante esse período, foram identificadas 55 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil na rua ou acompanhando adultos em trabalho na rua. Os dados coletados durante as saídas de campo serviram de subsídio para a publicação de um diagnóstico conciso e completo, com número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil na rua, perfil dessa população, principais atividades exercidas e pontos de concentração.
A articulação da rede foi realizada através de encontros nas redes das cinco regiões, agora com o objetivo de compartilhar os dados coletados na pesquisa que foi respondida por 111 trabalhadores da rede, e coletar informações sobre os territórios a partir das percepções de quem vivência e atua diretamente com a comunidade, nesses encontros foi possível fazer um mapeamento dos principais desafios, potencialidades e ações prioritárias de enfrentamento do trabalho infantil dentro de cada região.
O seminário final foi realizado em parceria com a Secretaria de Assistência – SAS do município, e contou com a participação de trabalhadores e trabalhadoras da rede de proteção do municipio. Durante a atividade também foi possível abordar o impacto da enchente nos territórios e no aumento da incidência do trabalho infantil. Entre os destaques estão, o impacto da enchente na situação financeira das famílias, que mobiliza a juventude no trabalho precoce, principalmente a cooptação para o tráfico de drogas e a evasão escolar.
Durante a execução do projeto foi importante refletir, junto à rede de proteção, sobre as características de cada região e implementação de estratégias factíveis e otimizadas dentro das políticas públicas locais que possam impactar na prevenção e no enfrentamento ao trabalho infantil. O objetivo principal foi identificar desafios e ações prioritárias, como conclusão observamos que as dificuldades e ações são semelhantes em todas as regiões, segue abaixo alguns destaques:
DESAFIOS A SEREM SUPERADOS EM RELAÇÃO À PREVENÇÃO E ENFRENTAMENTO AO TRABALHO INFANTIL:
AÇÕES PRIORITÁRIAS: