O Círculo Operário Leopoldense e o Proame Cedeca firmaram parceria com o Programa de Gênero e Religião, da Faculdades EST para apoio emergencial de distribuição de alimentos para 150 famílias atendidas pelas duas organizações na regiões Leste, Oeste e Nordeste do município de São Leopoldo/RS.
Com o objetivo de fortalecimento das ações emergenciais desenvolvidas pelo COL e o Proame no atendimento a pessoas e famílias que sofrem com as restrições econômicas e sanitárias em meio à crise do Coronavírus, o apoio do Programa de Gênero e Religião (PRG – EST) ocorrerá entre os meses de agosto e dezembro de 2020, na forma de aquisição de alimentos, materiais de limpeza, materiais de higiene pessoal, máscaras de proteção, fraldas, absorventes, vale gás e produção e distribuição de materiais informativos sobre cuidados com a contaminação, campanhas e informações de enfrentamento à violência de gênero, violência contra crianças e adolescentes, violências contra mulher, intrafamiliar e doméstica, itens que normalmente não compõem as cestas básicas.
Para a Diretora Executiva do COL, Odete Zanchet, o apoio do PGR da Faculdades EST para as famílias dos territórios de atuação é determinante para minimizar os efeitos da Covid-19. A necessidade de isolamento reduz ainda mais as oportunidades de trabalho e renda das famílias aumentando a miséria. A fome é uma realidade que também aumenta o risco de exposição das pessoas e afeta diretamente a saúde, a dignidade e a vida das pessoas. A solidariedade das pessoas e as parcerias como esta, entre o COL e o PGR/EST, tem contribuído significativamente para garantir a dignidade e os direitos fundamentais das famílias acompanhadas pela organização, em tempos de pandemia.
A ONU alertou recentemente que a pandemia da Covid-19 representa uma ameaça à segurança alimentar e nutricional, especialmente para as comunidades mais vulneráveis. Um relatório divulgado pela Organização diz que as medidas contra a doença e a recessão podem perturbar o funcionamento dos sistemas alimentares, com consequências “potencialmente terríveis”. Sem uma ação imediata, corremos o risco de assistir a uma emergência alimentar global – com impactos em longo prazo em centenas de milhões de crianças e adultos.
“Este ano, cerca de 49 milhões de pessoas podem cair na pobreza extrema devido à crise da Covid-19. O número de pessoas expostas a uma grave insegurança alimentar e nutricional vai crescer rapidamente. A queda de um ponto percentual no Produto Interno Bruto global significa mais 700 mil crianças raquíticas”, disse secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
O documento lembra que muitos já vivem uma crise alimentar: mesmo antes da pandemia, centenas de milhões de pessoas lutavam contra a fome e a desnutrição. “Há alimentos mais do que suficientes no mundo para alimentar a nossa população de 7,8 bilhões de pessoas. No entanto, hoje, mais de 820 milhões de pessoas passam fome. E cerca de 144 milhões de crianças com menos de 5 anos são raquíticas, mais do que uma em cada 5 crianças em todo o mundo”, alertou o secretário-geral.
No Brasil, o quadro de agravamento da pandemia explicitou ainda mais a enorme discrepância entre diferentes realidades sociais, que aumentam consideravelmente os riscos para a fome, passando a exigir compreensão da extensão e magnitude dos problemas e articulação de medidas governamentais nas três esferas de gestão (federal, municipal e estadual), que possam assegurar o acesso à alimentação adequada e saudável, para reduzir os impactos negativos da doença na condição de alimentação, saúde e nutrição dos mais vulneráveis.